Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal desta terça-feira (14) o vereador Emerson Osasco (Rede Sustentabilidade) disse que Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo de Jair Bolsonaro, deve ser responsabilizada pela tragédia humanitária que atingiu a tribo indígena Yanomami. O assunto surgiu durante a votação da Moção de Repúdio nº 16/2023, apresentada pela vereadora Juliana da AtivOz (PSOL), destinada à situação do povo Yanomami.
“O que aconteceu é um genocídio com o povo Yanomami da mesma forma que aconteceu o genocídio com o povo brasileiro pela Covid-19. Tudo isso porque não houve sensibilidade daquele governo genocida que não faz mais parte desse país, mas deve ser responsabilizado”, disse na tribuna. “A gente vê que mais de 40 mulheres indígenas foram engravidadas por garimpeiros e mais de 150 crianças morreram por falta de alimento porque o governo da Mulher e dos Direitos Humanos comandado pela Damares recusou mais de 20 pedidos de ajuda de combate ao garimpo e para levar alimento para essas pessoas. Ela também tem que ser presa porque foi omissa e nada aconteceu”, completou o vereador.
A Terra Yanomami ocupa partes dos estados de Roraima e Amazonas e, em janeiro, veio a público a situação degradante pelo qual o povo Yanomami tem passado com garimpo ilegal de ouro e cassiterita; violência sexual de mulheres e crianças; ameaças de morte; desestruturação do sistema de saúde; desnutrição grave; infecções respiratórias e doenças diarreicas. Emerson ainda destacou a ação do presidente Lula logo após assumir o cargo, em janeiro.
“A gente vê com grande esperança no futuro a retomada de um governo mais sensível, mais próximo e que se importa com o povo que é esse governo Lula que logo de cara se disponibilizou junto com seus ministros para ir de perto acompanhar esse massacre que estava acontecendo nas Terras Yanomamis, e tudo isso tem um nome: humanidade. É humanidade que retrata esse novo governo”, comentou o vereador.
Na tribuna, Juliana da Ativoz leu um artigo de autoria de Dário Kopenawa Yanomami, vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, apresentando o ecossistema da região e falando sobre o papel dos povos indígenas para a manutenção da região e sobre como o garimpo ilegal leva destruição para os povos indígenas. “É uma Moção triste, mas vemos uma forma predatória de ocupação de espaço que colocou o povo Yanomami em risco, através do garimpo ilegal e outras práticas predatórias. Deixo aqui meu repúdio ao que aconteceu ao povo Yanomami”, afirmou Juliana da AtivOz.