O jornal O Estado de S.Paulo publicou, recentemente, reportagem expondo repasse de R$ 133 milhões em emendas Pix (que não exigem tanta transparência na aplicação dos recursos) para a prefeitura de Carapicuíba. Deste total R$ 66 milhões já haviam sido repassados.
Na mesma reportagem, que supõe superfaturamento de algumas obras e serviços, o jornal também divulgou sobre obras em escolas infantis que estão atrasadas ou paralisadas.
De acordo com o Estadão, a Prefeitura chegou a abandonar a estrutura de 3 creches que deveriam ter sido entregues, duas em 2017 e uma em 2019.
As unidades viraram “prédios fantasmas”, com janelas quebradas e mato crescendo em volta e outros sinais de deterioração.
Ao todo, as obras em atraso somam R$ 14,3 milhões. Ou seja, o dinheiro recebido via emenda Pix seria mais do que suficiente para concluir todas as escolas.
Outra unidade apontada na matéria fica localizada na Estrada do Jacarandá, iniciada em 2016 e com previsão de entrega em 12 meses. Em 2022 a prefeitura chegou a fazer um evento de inauguração da creche, mas até o momento nada. Janelas estão quebradas, o mato cresceu em volta e a pintura já esta desgastada.
A unidade na Estrada Egilio Vitorello nem identificação de obra tem, e moradores dizem que nem sabiam que ali seria uma escola.
O Tribunal de Contas aponta que a cidade possui outras cinco obras paradas, totalizando 10 construções, deixando a cidade no segundo lugar, no ranking de cidades da Região Metropolitana com obras em atraso.
Em nota, a prefeitura de Carapicuíba afirmou que o atraso das obras das escolas ocorreu porque o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento) alterou o processo de repasse e demorou a enviar os recursos.
As obras das creches ocorrem no âmbito do ProInfância (programa federal de assistência financeira para a construção de pré-escolas). O governo federal, porém, arcou somente com uma parte do custo das construções.
“Logo após a mudança do FNDE veio a pandemia de coronavírus. Com o aumento dos preços e sem alteração nos contratos, as empresas paralisaram as obras. Por isso, a prefeitura precisou fazer novos processos licitatórios para retomada das obras”, afirmou o município, acrescentou que as escolas em atraso serão entregues até 2024 e que outras foram construídas.
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