O deputado federal e morador de Cotia, Alexandre Frota (PSDB), apresentou, em depoimento à Polícia Federal, informações que vinculariam diretamente o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro, ao esquema que difunde conteúdo falso na internet, as chamadas “fake news”. A informação foi divulgada nesta terça-feira (6) pelo jornal “Folha de S.Paulo”. A TV Globo teve acesso ao depoimento, dado por Frota como parte do inquérito da Polícia Federal que investiga os organizadores e financiadores de atos antidemocráticos.
Segundo Alexandre Frota, Eduardo Bolsonaro estaria envolvido com a orientação e a divulgação dos atos, alguns dos quais pediam fechamento do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e intervenção militar. De acordo com os dados apresentados por Frota, os computadores de onde partiram orientações para os atos estão relacionados a endereços de Eduardo Bolsonaro ou de assessores dele. No depoimento à PF, Frota também apontou envolvimento de outro filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, do Rio de Janeiro.
Indagado pela PF, o deputado Frota disse que o chamado “gabinete do ódio” atuava para incitar animosidade entre as Forças Armadas, o STF e o Congresso e era voltado a impedir o livre exercício dos poderes, conforme conteúdos preservados na investigação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga mensagens falsas e ataques virtuais, a chamada CPI das Fake News. O deputado disse que as ações tinham também o objetivo de atingir a honra dos presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo.
Ainda no depoimento, Frota apontou um homem que seria assessor do deputado Otoni de Paula (PSC) como um dos responsáveis pela organização do ato antidemocrático em frente ao quartel-general do Exército, em abril, e do disparo de fogos de artifício em direção ao prédio do STF, em junho. O deputado declarou à PF que procurou Otoni de Paula e, segundo afirmou, o colega disse conhecer o homem mas negou que fosse seu assessor.
Segundo Frota afirmou à PF, as informações que forneceu constam em documentos produzidos pela CPI das Fake News. Investigadores afirmaram que, embora o depoimento tenha sido colhido no âmbito do inquérito que apura os atos antidemocráticos, será compartilhado com o inquérito das fake news, que investiga ofensas e ameaças a ministros do STF. (g1.com.br)