De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2020, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, nos primeiros seis meses deste ano, houve aumento nas mortes violentas. Foram registradas 25.712 casos. O que representa alta de 7,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Metade do espaço de tempo analisado coincide com a quarentena decretada pelo governo do estado para conter a dissiminação do novo coronavírus.
Conforma dados do Anuário, as mortes causadas por intervenção policial mantiveram tendência de aumento e somam 6.357 homicídios em 2019, registrando o sexto ano consecutivo de crescimento. As polícias brasileiras responderam naquele ano por 13,3% de todas as mortes violentas no país. Neste período, 172 policiais foram assassinados, sendo 62 em serviço e 110 fora de serviço. “Há falhas no controle interno e externo da atividade policial. Os índices de controle são baixos. A cada policial morto, 37 pessoas são mortas. Um dos parâmetros para ver se está entregando de maneira correta é essa coerência”, diz Amanda Pimentel, pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em entrevista ao UOL.
Tanto nas vítimas da polícia quanto nos próprios policiais mortos o perfil majoritário é o mesmo: homens negros. A diferença fica na faixa etária. No caso das vítimas da polícia, 74,3% são jovens de até 29 anos; no caso dos policiais, 30,5% tinham entre 40 e 49 anos. Nos números consolidados de mortes violentas em 2019, jovens negros também formam o perfil mais vulnerável. Entre as 47.773 pessoas assassinadas, mais de 35 mil (74,4%) eram negras e 24,3 mil tinha menos de 29 anos. (com UOL)