O Centro de Triagem de Animais Silvestres de Barueri (Cetas), órgão administrado pela Secretaria de Recursos Naturais e Meio Ambiente, recebeu 203 aves vítimas de tráfico de animais silvestres e de maus-tratos.
Os pássaros foram resgatados pela Polícia Militar Ambiental, em apreensão realizada em conjunto com a Polícia Civil, numa comunidade em Osasco, e seriam comercializados na região, nas chamadas “feiras do rolo”. Foram 170 pássaros coleirinhos, 27 baianos, dois cardeais, um corrupião, um pintassilgo-baiano, um saíra-sete-cores e um tico-tico-rei-cinza.
Alguns animais chegaram com ferimentos na cabeça, mas todos seguem no estágio de quarentena para avaliação do estado de saúde. Após a recuperação, eles serão soltos em suas áreas de origem. No caso de animais de outros estados, eles são repatriados para o habitat natural.
De acordo com Erika Sayuri, gestora do Cetas de Barueri, o tráfico de animais silvestres potencializa ainda mais os maus-tratos. “É um crime que tira a vida de vários animais que deveriam estar na natureza. O acondicionamento é inadequado, com vários animais em espaços minúsculos, há falta de alimentação e hidratação adequadas e há doenças e ferimentos que os acometem durante a manipulação e o trajeto. O Cetas tem um papel fundamental de trazer qualidade de vida para estes animais e reintroduzi-los ao meio ambiente, de onde nunca deveriam ter saído”, citou a bióloga.
De acordo com o Relatório Nacional sobre o Tráfico de Fauna Silvestre, o tráfico de animais silvestres é a terceira maior atividade ilícita no mundo e só é menor que o comércio ilegal de armas e de drogas. A atividade movimenta de 10 a 20 bilhões de dólares por ano e retira do Brasil neste período cerca de 38 bilhões de animais. De cada 10 traficados, apenas um sobrevive.