Da janela do apartamento onde mora, a nutricionista Thaísa Vilas Boas registrou uma nuvem gigante de poeira na tarde deste domingo (26) em Franca (SP).
“Eu nunca tinha visto isso. Não estava esperando. Foi aquela olhadinha na janela e eu vi a nuvem de poeira. Rapidinho ela se espalhou. Está a cidade inteira coberta de Franca, muito vento.”
Thaísa mora no bairro Residencial Amazonas. As imagens, feitas por volta das 17h, mostram a formação gigantesca ao lado da casa dela. De outros bairros, moradores registraram a poeira carregada pelo vento e que parecia ‘engolir’ a cidade.
Cerca de duas horas antes, moradores de Ribeirão Preto (SP) e de Jardinópolis (SP) registraram uma nuvem vermelha de poeira cobrindo as cidades. A terra suspensa antecedeu a chegada da chuva. Só em Ribeirão, em duas horas, foram registrados 24,4 milímetros.
Chuva esperada
Em Franca, a chuva também é aguardada com expectativa neste domingo. Por causa da estiagem severa que já dura três meses, os moradores enfrentam um racionamento de água desde o dia 2 de setembro.
Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a seca afetou drasticamente a captação no Rio Canoas e no Córrego Pouso Alegre.
A partir desta segunda-feira (27), os bairros divididos em três blocos serão abastecidos por 36 horas e permanecerão outras 36 horas com as torneiras secas.
De acordo com Thaísa, Franca havia registrado pancadas de chuva pela manhã deste domingo. Por volta das 17h, começou a chover fraco na cidade.
“Está complicado o abastecimento. Essa semana vamos ficar 36 horas sem água e 36 horas com. Precisa muito chover. Agora, eu não tenho nem como limpar o apartamento [depois da tempestade de poeira] porque nem água tem.”
Em nota emitida no início da noite deste domingo, a Sabesp pediu a colaboração dos moradores para evitarem o uso indiscrimado da água para limpeza das casas após a nuvem de poeira.
“Não desperdicem água na limpeza de casas, quintais, calçadas e outras finalidades do tipo. Sabemos que o evento atípico de hoje trouxe uma grande quantidade de poeira e fuligem para dentro das casas. Mas o município passa por um período de severa estiagem, com rodízio no abastecimento de água. É preciso que todos usem a água de forma consciente, sem desperdícios.” (g1.globo.com)