A Justiça determinou nesta sexta-feira (13) a revogação da prisão preventiva do vereador João Naves (PSD), de Carapicuíba. Ele é acusado de injúria racial contra o colega vereador Bruno Marino (Podemos) e estava preso desde a última terça-feira (10).
A decisão foi tomada após pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de João Naves, que argumentou que a prisão seria desproporcional e que o acusado atendia aos requisitos para a liberdade provisória.
A juíza Carolina Hispagnol Marchi, da 1ª Vara Criminal de Carapicuíba, considerou que a liberdade dele não oferece risco à sociedade e concedeu o alvará de soltura. Segundo o Tribunal de Justiça, não foi demonstrado risco concreto para justificar a manutenção da prisão. Na decisão da Justiça, João Naves fica proibido de manter contato com Bruno Marino.
Na última sessão da Câmara Municipal de Carapicuíba, ocorrida na terça-feira, Naves perdeu o controle e chamou Marino de “preto safado” por diversas vezes. A discussão aconteceu na Sala de Reunião, durante debate sobre nomes indicados para a presidência da Casa.
Segundo entrevista de Bruno Marino, ao Diário da Região, a briga começou porque Naves discordou do nome a ser apoiado por Marino para a presidência da Câmara no próximo biênio (2025/2026). A votação acontece somente em janeiro após a posse dos vereadores eleitos no pleito de 6 de outubro deste ano.
Logo após as ofensas, Bruno Marino deu voz de prisão a Naves que deixou a Sala de Reunião e se trancou em seu gabinete. Foi aberto boletim de ocorrência e o delegado titular do 1° DP, Marcelo José do Prado, foi até a sede da Câmara e prendeu Naves em flagrante.
No mesmo dia, o delegado ouviu testemunhas, todos vereadores, e um dia após concluiu o inquérito policial indiciando o vereador por crime de injúria racial. Na Audiência de Custódia, o juiz também optou em manter João Naves preso.
A assessoria do vereador acusou Bruno Marino de se valer politicamente da narrativa de racismo. “Sobre as acusações de injúria racial, o vereador nega veementemente as afirmações e lamenta que, em meio a uma discussão acalorada, tenham surgido interpretações que ele considera equivocadas. É importante destacar que o vereador acredita que houve um uso político da situação, com interpretações distorcidas dos fatos e recorrentes narrativas que não condizem com a verdade. No entanto, doutor João Naves confia plenamente no poder da justiça e reitera que está à disposição das autoridades competentes para o total esclarecimento do ocorrido”, diz uma nota publicada no perfil do vereador João Naves no Instagram.
Já a Câmara Municipal também publicou uma nota onde afirmou não compactuar com comportamentos racistas seja fora, ou dentro do Legislativo.