O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou hoje, em reunião virtual com prefeitos, que o estado e o país vivem uma segunda onda de covid-19, algo que, segundo ele, não era esperado em outubro passado, quando a pandemia dava sinais de arrefecimento.
Em agosto, o governador havia dito que o pior momento já havia passado. “Tenho que fazer um alerta e um apelo. Alerta é a circunstância de segunda onda da covid-19, que chegou ao Brasil e ao mundo. Não tínhamos essa expectativa até outubro, mas São Paulo, Brasil e 215 países lamentavelmente estão vivendo a segunda onda deste vírus”, afirmou o governador aos 645 prefeitos de cidades paulistas.
Com 62% de ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) voltados para covid-19, o estado voltou a atingir picos de óbitos pela doença, com mais de 300 mortes em alguns dias. Até a última terça (5), a média móvel semanal estimada pelo consórcio de imprensa estava em 146 óbitos por dia, com queda nos dados por causa do feriado de final de ano.
Na avaliação de especialistas, o número deve crescer. “Setecentas pessoas perdem a vida por covid todo dia [no Brasil]. São quatro aviões lotados todos os dias. Isso não é banal. Em São Paulo, perdemos cem vidas em um único dia. Isso não deve passar pela nossa visão, pela nossa leitura, imaginando que faz parte do cotidiano”, disse Doria.
Hoje, o governador reforçou a responsabilidade dos prefeitos como primeira linha no combate ao crescimento de infectados e mortos. “É preciso que compaixão de prefeitos e membros do governo seja colocada como prioridade. Teremos ano difícil, muito mais difícil do que imaginávamos até outubro passado. Mas vai passar, se tivermos capacidade de agir com princípio de defesa a vida”, completou.