O vereador Alexandre Frota (PDT) pode ter seu mandato cassado em Cotia. A Câmara Municipal recebeu um pedido do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP) para apurar a conduta do parlamentar. A solicitação, enviada há cerca de vinte dias, acusa Frota de extrapolar os limites da fiscalização em unidades de saúde do município.
Segundo o CREMESP, Frota teria invadido áreas restritas durante visitas realizadas a equipamentos públicos de saúde de Cotia, como Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospital infantil, algumas delas na madrugada.
O documento enviado à Câmara aponta que o vereador entrou em salas com acesso limitado e interrompeu atendimentos médicos, inclusive a menores de idade, o que teria gerado constrangimento e intimidação a profissionais da área.
O episódio inclui, ainda, uma situação ocorrida anteriormente, em abril, quando Frota foi obrigado pela Justiça a retirar das redes sociais um vídeo gravado durante uma fiscalização. O conteúdo foi considerado inadequado por expor uma médica em exercício da função.
Durante as visitas, o vereador relatou ter encontrado profissionais dormindo no plantão, além de escassez de medicamentos, filas extensas e outras irregularidades. As ações ocorreram no contexto do mandato iniciado em 2024, ano em que Frota foi eleito vereador pelo PDT.
O caso segue em análise na Câmara Municipal. Caso a denúncia seja aceita, será iniciado um processo de cassação do mandato. Em nota pública, Frota afirmou que seu trabalho visa revelar deficiências no sistema de saúde da cidade. Ele também afirmou que considera o processo uma tentativa de retaliação. A decisão sobre o andamento do caso ainda não tem data definida.