A AGM Brasil (Associação dos Guardas Municipais), juntamente com o Conselho Nacional das Guardas, aponta a necessidade de se criar de forma efetiva um projeto que ofereça suporte psicológico eficaz dentro das Corporações de todo o país.
Essa semana, em Cotia, um agente da GCM matou um inspetor com um tiro na cabeça, atingiu o subcomandante com oito disparos e, em seguida, se suicidou.
“Nós já estamos trabalhando junto com o Ministério da Justiça, desde o final do ano passado, sobre as questões que envolvem a saúde mental dos profissionais de segurança, em especial, das Guardas Municipais”, disse Reinaldo Monteiro, presidente da AGM Brasil, em entrevista ao Diário.
Segundo ele, tragédia em Cotia deve acelerar o processo com o Ministério da Justiça e também acende um sinal de alerta. “As Guardas Municipais de todo país estão doentes do ponto de vista da saúde mental e isso se deve a vários fatores, dentre eles assédio moral, assédio sexual, excesso de autoritarismo dentro das corporações. Então tem uma série de fatores. Além do risco da profissão em si, muitas atitudes institucionais levam os guardas municipais a ficarem com a sua saúde mental debilitada”, completou.
O atentado em Cotia aconteceu pela manhã de quarta-feira (7) na Base da Guarda Civil Municipal. O subcomandante passou por cirurgia no Hospital Regional da cidade e está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Dos 8 tiros, duas balas acertaram as costas e seis o tórax. O inspetor foi alvejado no olho e perfurou o crânio, levando o agente a óbito na hora. Na sequência, o Guarda Civil que efetuou os disparos se matou. Há hipótese de mortes terem sido provocadas por problemas na escala de folgas organizada pelo subcomandante que estaria cobrindo férias do comandante.