As Forças Armadas aprovaram pregões para comprar 35.320 comprimidos de Viagra, medicamento usado tipicamente para tratar disfunção erétil.
Nos processos, o medicamento é apresentado pelo como Sildenafila, seu nome genérico, e nas dosagens de 25 mg e 50 mg.
Em reportagem publicada pelo site Uol, Veronica Amado, pneumologista da Comissão de Circulação Pulmonar da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia), explicou que a dosagem de 25 mg como a do Viagra, não é a prevista na literatura para tratar a condição.
“A sildenafila foi liberada em bula para hipertensão arterial pulmonar na dose de 20mg, que pode ser receitada na posologia de 20mg de 8/8 horas até o máximo de 80mg (quatro comprimidos) de 8/8 horas. A programação terapêutica é feita com essa dose. Usar doses de 25mg (como a do Viagra) não traz impactos graves à saúde, porém, segue programação e posologias diferentes das estudadas, com doses excedentes ou inferiores às recomendadas”, explicou a especialista.
A compra foi criticada pelo deputado estadual Emidio de Souza (PT). “Tem gente com fome, sem dinheiro para o gás, sem abastecer o carro. Enquanto isso, o governo Bolsonaro e Forças Armadas gastam milhões em recursos públicos para Viagra. Isso é um escárnio. É vergonhoso e inaceitável. Qual será o próximo absurdo desse governo imoral?”, disparou em suas redes sociais.
O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) questionou a Ministério da Defesa sobre a intenção da compra dos comprimidos. Em nota, a Marinha respondeu ao parlamentar que os processos de aquisição são para o tratamento de pacientes com hipertensão arterial pulmonar, “doença grave e progressiva que pode levar à morte”.
A maior parte dos medicamentos será destinada à Marinha, com 28.320 comprimidos; o Exército receberá 5 mil comprimidos e a Aeronáutica 2 mil comprimidos. (com uol.com.br)