Nesta terça-feira, 5, o Cantareira operava com 36,8% da capacidade com variação de 0,1% no volume operacional nas últimas 24 horas, de acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Isso coloca o sistema hídrico de parte da Capital e da Grande São Paulo em estado de alerta. Antes da crise hídrica, ocorrida em 2014, ele operava com 44% da capacidade em média. Com volume registrado abaixo de 40%, Sabesp só pode retirar do reservatório 27 mil litros de água por segundo, e não mais 33 mil.
O Cantareira abastece cerca de 7,5 milhões de pessoas por dia, 46% da população da Região Metropolitana de São Paulo, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), órgão que regulamenta o setor. Considerando os demais reservatórios que compõem o sistema e que abastecem a região metropolitana, integrados, operam com 48% da capacidade total.
Em 2014, devido à gravidade da crisae hídrica, o então governador Geraldo Alckmin investiu no Sistema São Lourenço para assegurar o abastecimento da região mais populosa do estado. O Cantareira é o maior reservatório de água da região metropolitana, formado por seis represas interligada. Desde 2019 chove 20% a menos do que a média histórica na região dos rios que deságuam no Cantareira.
Especialistas afirmam que o Sistema Cantareira nunca se recuperou realmente da crise hídrica, pois antes de 2014 chegava a ter de 80% a 100% dos reservatórios abastecidos, e nos últimos 4 anos poucas vezes passou dos 60% ou 70%. “Com esses déficits que a gente tem acumulado, a situação do Cantareira não está confortável. Nós vamos ter em janeiro/fevereiro uma leve recarga do Sistema Cantareira, mas não o suficiente para reverter todo esse cenário. Dependendo do que acontecer no primeiro semestre do ano que vem, a gente realmente pode sofrer um problema sério de abastecimento”, disse Pedro Côrtes, professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, ao portal G1.