“O Dante é um cara extremamente mal-humorado, que gosta mais de estar na plataforma do que em terra”. É assim que Cauã Reymond define a vibe de seu personagem em Ilha de Ferro, série que estreia na TV dia 9 de agosto. Na trama, ele é é engenheiro de petróleo e coordenador de produção da PLT-137.
Já no primeiro episódio, ele ocupa o mais alto posto hierárquico, já que a equipe se encontra sem gerente de plataforma, vaga para a qual é o candidato natural. Seus colegas o consideram o grande chefe daquele ambiente, até a chegada de Júlia (Maria Casadevall), que passa a ocupar o cargo. Segundo Cauã, essa personalidade de Dante foi o seu maior desafio com o personagem.
“Meu maior desafio acho que foi encontrar esse lugar de mau humor constante que ele tem, e de como é essa sensação de você gostar mais de estar no trabalho do que de estar em casa. Eu amo o meu trabalho, estou sempre envolvido em vários projetos, mas desde que a minha filha nasceu eu gosto mais de estar em casa”, conta.
“Gosto de buscá-la na escola, aproveitar esses momentos, o que eu acho que inclusive me fortalece e me torna um ator melhor, porque presto atenção em coisas que eu não prestava. O Dante me proporcionou esse desafio de estar numa energia muito densa durante muito tempo”, destaca Cauã, que é pai de Sofia”, completa.
Na trama, apesar de se estranhar com Júlia em um primeiro momento, Dante acaba se envolvendo com a gerente. “Ele tem uma relação extremamente conflituosa com a esposa, Leona (Sophie Charlotte), e também se envolve com a personagem da Júlia (Maria Casadevall), começando aí um triângulo amoroso. O Dante também tem uma relação de muito amor com o irmão, Bruno (Klebber Toledo), mas essa relação se quebra muito rápido. Dante é um personagem muito forte, que não tem uma vida fácil, mas que não tem medo da vida”, explica o ator.
No começo da história, Dante ainda descobre que Leona teve um caso com Bruno. “A relação do Dante com a Leona e com o Buno já parte de uma traição de ambas as partes, tanto do Bruno quanto da Leona. As duas pessoas que naquele momento ele mais ama e estão mais próximas a ele, são justamente as pessoas que o traem”.
Mas de onde será que vem todo este temperamento explosivo do Dante? “A agressividade e a revolta do Dante vêm do fato de ele ser um cara que provavelmente não recebeu amor, não recebeu afeto na infância. Ele não sabe direito o que é isso, até porque na relação com a Leona eles não frequentam esse lugar. O Dante construiu o caminho dele por conta própria, e no meio dessa estrada levou o irmão e o ajudou. Acho que ele tem muita facilidade em lidar com as dificuldades e os perigos do trabalho, mas a questão do amor e do afeto deixa ele muito inseguro. Ele não sabe direito como lidar porque nunca teve isso”, opina o artista.
Para viver o personagem, o ator ainda precisou mergulhar neste universo do petróleo e gás. “Fiz cursos que são necessários para que a gente possa pisar em uma plataforma. Além disso, construí o Dante junto com a Ana Kfouri, que foi nossa preparadora de elenco e fez um trabalho muito bonito, criando uma proximidade entre os atores. As conversas com o diretor Afonso Poyart também me ajudaram muito”, conclui. (globo.com)