Em entrevista, nesta quinta-feira (11), João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus do estado de São Paulo, alertou também a classe média para o risco de ficar sem leitos nos hospitais particulares. A rapidez e agressividade do vírus, nesta segunda onda, deve levar a um colapso na saúde pública e privada caso medidas de distanciamento social não sejam respeitadas pelas pessoas.
“Se não conseguirmos implementar essas medidas, se não aumentarmos o isolamento social, muita gente vai morrer. Muita gente com plano de saúde, com o melhor plano de saúde, não vai ter leito nos hospitais privados. Os empreendedores de sucesso, eles também irão morrer. Os que tem muito dinheiro na conta, também passarão pelo mesmo colapso e irão morrer por falta de leitos. Assim como irão morrer os trabalhadores informais, as pessoas da classe média, os mais necessitados. Não vai ter leito para todo mundo”, alertou.
Dos 20 hospitais regionais com mais de 95% de ocupação no estado, 17 já têm todos os seus leitos de UTI ocupados. Na Grande SP, cinco cidades já não têm leitos de UTI Covid disponíveis e, em Taboão da Serra, 11 pessoas morreram à espera de vagas. Na rede particular, diversos hospitais, alguns de ponta como o Albert Einstein, na Capital, já sofrem pressão pelo excesso de internações por Covid.