Em entrevista ao Diário da Região, Marcelo José do Prado, delegado titular do 1° DP de Carapicuíba, explicou em detalhes a investigação que levou à prisão do assassino de Ana Luísa Pantaleão, mulher trans que trabalhava como garota de programa em Carapicuíba.
O homem preso não tem passagem pela polícia e trabalhava em dois empregos. Durante o dia em uma doceria do shopping Iguatemi em Barueri e, à noite, alugava um carro e atuava como motorista de aplicativo.
Ele pegou Ana Luísa por volta das 3h12 na avenida deputado Emílio Carlos e, a partir daí, o celular dela foi desligado. Em uma travessa próxima, a Presidente Vargas, ambos ficaram 20 minutos dentro do carro, um Fox branco de propriedade de uma locadora de Itapevi.
Inicialmente, ele contou versões contraditórias. Primeiro que ela tinha pedido um Uber. Não há registro da chamada. Depois que Ana Luísa entrou no carro e ficou trocando mensagem no celular. A polícia derrubou essa justificativa com a quebra de sigilo telefônico. O celular da garota de programa foi desligado assim que ela entrou no veículo. E assim após uma sequência de alegações desmentidas pelos investigadores com base em provas, o rapaz optou por confessar o homicídio.
Ao delegado explicou que parou para fazer um programa normal com Ana Luísa e ao descobrir que era uma mulher trans ficou atordoado. Ambos brigaram, ela sacou um canivete, ele foi se defender e acabou esfaqueando a jovem no pescoço.
Após o crime, o assassino passou em um motel, enrolou o corpo em um cobertor e saiu. No caminho desovou em estrada próximo à Pirapora do Bom Jesus. Para se limpar, entrou em um segundo motel, tomou banho e foi para casa.
As investigações foram baseadas em imagens das câmeras de segurança da prefeitura e do serviço de trânsito. Pela placa do veículo se chegou à locadora e ao locatário do automóvel no dia do crime que foi detido provisoriamente. Agora, após a confissão, ele responderá por homicídio.