Em agosto, uma adolescente de 17 anos, moradora de Osasco, registrou ocorrência de estupro de vulnerável alegando ter sido abusada por um colega, também menor de idade, enquanto estava bêbada. Embora o caso tenha acontecido em outubro de 2019, ele só ganhou notariedade após ser publicado pelo portal de notícias UOL, nesta semana. Segundo postagem da garota, nas redes sociais, em agosto, amigos se reuniram, na casa do adolescente, para fazer trabalho escolar, começaram a beber, ela ficou bêbada, perdeu a memória e foi estuprada.
O boletim de ocorrência e investigação ficaram sob responsabilidade do delegado Jorge Batista Godoy, do 6º Distrito Policial, de Osasco, alega no relatório final do inquérito que “caso tivesse ocorrido uma conduta infracional de ‘estupro’ com uma moça virgem sem qualquer experiência sexual, com muita certeza, ela de pronto teria saído do local e procurado ajuda de seus familiares e da polícia, até porque os fatos somente vieram à baila, meses depois, após comentários nas redes sociais”.
A advogada da garota, Ana Paula Freitas, disse ao UOL, que “o delegado ignorou o que testemunhas disseram e prints de conversa em que o próprio adolescente confessa ter transado com garota enquanto ela dormia”. Para a advogada o fato do delegado excluir tudo o que a jovem falou mostra que esse é o pensamento que tem fundamento na cultura do estupro. “Ele desconsiderou as provas do inquérito”, disse Ana Paula Freitas.
De acordo com o UOL, Godoy foi procurado por telefone mas segundo um atendente não se encontrava no 6º Distrito Policial de Osasco. Já a Secretaria da Segurança Pública afirmou, por meio de nota, que “todas circunstâncias relativas à ocorrência foram investigadas, sob segredo de Justiça”.