Na última quinta-feira (14), o deputado estadual Frederico D’Avila (PSL) fez uma série de ofensas ao arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e ao papa Francisco em seu discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Na tribuna, ele chamou as autoridades religiosas de “safados”, “vagabundos” e “pedófilos”.
“Seu safado da CNBB dando recadinho para o presidente [Bolsonaro], para a população brasileira, que pátria amada não é pátria armada. Pátria amada é a pátria que não se submete a essa gentalha. (…) Seu vagabundo, safado, que se submete a esse papa vagabundo também. A última coisa que vocês tomam conta é do espírito, do bem-estar e do conforto da alma das pessoas. Você acha que é quem para ficar usando a batina e o altar para ficar fazendo proselitismo político? Seus pedófilos safados, a CNBB é um câncer que precisa ser extirpado do Brasil”.
As ofensas do parlamentar são uma resposta ao discurso de dom Orlando que, na terça-feira (12), durante a missa pelo Dia de Nossa Senhora Aparecida, disse que “pátria amada não pode ser pátria armada”, criticando assim a política armamentista do presidente Jair Bolsonaro.
Emidio de Souza (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alesp e ex-prefeito de Osasco, repudiou a declaração do parlamentar bolsonarista e protocolou, no domingo (17), uma representação no Conselho de Ética da Alesp contra Frederico D’Avila. “Ele quebrou o decoro parlamentar em sua vergonhosa agressão ao papa Francisco, ao bispo de Aparecida e a CNBB”, divulgou o petista.
Nessa segunda-feira (18), o deputado esteve com Dom Pedro Luiz Stringhini, presidente do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo de Mogi das Cruzes. “No encontro realizado na Alesp, tive a satisfação de acompanhar Dom Pedro na entrega de uma carta da CNBB em repúdio às declarações proferidas pelo deputado ao presidente da Alesp, Carlão Pignatari. Sou solidário ao Papa, ao bispo e a CNBB e abri uma representação contra Frederico D’Avila no Conselho de Ética da Alesp por esses absurdos. Esse discurso de ódio e tamanha intolerância religiosa representam quebra do decoro parlamentar e não podem ficar impunes”, completou Emidio.