Nessa segunda-feira, 21, o Conselho de Ética da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), aprovou o parecer da deputada Marina Helou (Rede Sustentabilidade) para a representação do deputado Emidio de Souza (PT) pedindo a suspensão por três meses do mandato do deputado Frederico D’Ávila (PSL) por xingar o papa e o arcebispo de Aparecida.
No parecer, Marina Helou entendeu que houve quebra de decoro parlamentar e intolerância religiosa. Como punição, deve ser afastado do cargo e de qualquer atuação parlamentar no período, sem receber nenhuma verba pública no período, diz o parecer.
Nas redes sociais, Emidio comemorou a aprovação do parecer para a sua representação. “Justiça! Essa é uma punição branda diante da gravidade dos ataques feitos pelo deputado bolsonarista, mas ainda assim é uma importante conquista. Vou trabalhar pelo endurecimento dessa pena durante a votação do relatório no plenário”.
O parlamentar ainda continuou: “Frederico D’Ávila cometeu crime de intolerância religiosa ao atacar o Papa Francisco, Dom Orlando Brandis, a CNBB e toda a comunidade católica. Imunidade parlamentar não dá liberdade para pessoas cometerem crimes. Esse ataque merece uma punição exemplar”.
Em nota enviada ao G1, Frederico D’Ávila disse que o resultado foi “eminentemente político”. “Não levou em consideração o pedido de desculpas feito por escrito e pela tribuna da Assembleia apenas 4 dias após o ocorrido”.
Com o parecer aprovado, o Conselho de Ética vai enviar a decisão para a Mesa Diretora que irá transformar o relatório em projeto de lei para ser votado em plenário. Para ser aprovado, é preciso que pelo menos 48 dos 94 deputados votem a favor do afastamento de D’Ávila por três meses.
Relembre o caso
No feriado de Nossa Senhora Aparecida, no dia 12 de outubro do ano passado, o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, afirmou durante a principal missa das comemorações no santuário que “para ser pátria amada não pode ser pátria armada”.
Dois dias depois, em seu discurso na Alesp, D’Ávila fez referência a este discurso, e promoveu as ofensas ao papa e ao arcebispo. Durante o episódio ele chamou o papa de “vagabundo”, o arcebispo de Aparecida de “vagabundo” e “safado”, os religiosos da Igreja Católica de “pedófilos safados”. O parlamentar bolsonarista disse, ainda, que a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) “é um câncer”. (com informações g1.com.br)