Em meio a uma série de polêmicas envolvendo acusações de instruções realizadas às pressas e seleção de pessoas não qualificadas, a ViaMobilidade abriu o processo de treinamento de uma nova turma de maquinistas para conduzir os trens nas Linhas 8 e 9.
Desta vez foram recrutados 26 profissionais que deverão receber o treinamento, com carga teórica e prática. Ao todo serão cerca de 600 horas de preparação. Em nota, a empresa reforçou o processo criterioso de seleção e preparação dos operadores.
O treinamento será dividido em duas etapas, sendo uma teórica onde o funcionário vai obter conhecimentos técnicos acerca do material rodante e trechos de operação, e outro período prático onde haverá prática de condução e atuações nos trens, na maioria das vezes acompanhados de supervisores.
A concessionária ressalta que os novos operadores vão passar por um processo criterioso de formação para garantir mais segurança no dia a dia. Técnicas como o “aponte e fale”, muito aplicado nas ferrovias japonesas, também são adotadas como forma de minimizar erros.
Processo de seleção questionado
A empresa tem sido alvo de vários problemas relacionados a supostas condutas impróprias de operadores, incluindo abertua de portas do lado oposto da plataforma, circulação dos trens por trechos barrados pela sinalização, descarrilamentos e até mesmo o choque com uma barreira de concreto na estação Júlio Prestes.
Em reportagem veiculada no programa Fantástico, da TV Globo, um maquinista da CPTM que participou dos treinamentos afirma que a empresa contratou profissionais leigos no início da concessão que sequer tinham conhecimento básico sobre ferrovia ou elétrica.
“Eles reduziram o treinamento de seis para dois meses. Não colocaram pessoas realmente que entendem de ferrovia. Eles simplesmente pegavam de baciada e botavam para treinar. Pessoas totalmente leigas, que não tinham o conhecimento de elétrica”, disse o entrevistado, que não quis se identificar.
A ViaMobilidade, no entanto, negou as acusações em nota. “A ViaMobilidade informa que o treinamento aplicado para a função de operador de trem tem duração mínima de 4 meses, conforme regulamento do contrato de concessão, fiscalizado por auditor independente e Comissão de Monitoramento das Concessões e Permissões (CMCP).
A concessionária esclarece também que não realiza processos de seleção para profissionais da área de limpeza, uma vez que esse tipo de serviço é contratado de empresa terceirizada desde o início da concessão“.
Segundo a empresa, o processo de qualificação de profissionais exige idade mínima de 24 anos, CNH tipo B, conhecimentos em elétrica e informática.
Em empresas como a CPTM é apenas exigido ensino médio e elétrica básica, mas os treinamentos costumam ser mais abrangentes, com carga teórica maior e com profissionais com larga experiência em operação.(com Metrô/CPTM)