Na segunda-feira (25) um policial militar da cidade de São Sebastião fez um discurso sobre a “volta do governo comunista” e apavorou a população dizendo que suas casas serão tomadas. “Se vocês aceitarem esse governo comunista que está querendo voltar, vai chegar a hora que o governo vai falar assim: essa casa agora é do governo”, disse o PM com dedo em riste. Nesse momento uma moradora local questionou: “E esse [governo] fez o quê?”.
O PM retruca dizendo que não estava indicando político algum. “Só tô querendo explicar para vocês nessa conversa aqui que ali não tem escritura e está numa área de preservação. Aí é uma parte normal que o Estado faz. Porém, se a gente alimentar a parte comunista da História vai ser igual nos outros países que estão aí. Nós cidadãos perdemos o direito de todos os nossos bens”, reiterou o policial, citando como exemplo “a Bolívia, o Chile, que está a maior guerra”.
O deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Emidio de Souza (PT), acionou a corregedoria e o comando da PM pedindo que o policial seja punido.
“Inaceitável a conduta do policial que fez campanha política em horário de trabalho. Acionei Corregedoria e Comando da PM pedindo punição. O agente foi flagrado fazendo discurso de proselitismo político e eleitoral para a comunidade do bairro Cambury, em São Sebastião”, publicou em suas redes sociais.
Para ele, comportamento do PM mostra “desvio de conduta”. “O comportamento expressa opinião política do agente que pode ser confundida com a posição da corporação e pode ser objeto da legislação eleitoral, considerando o período em que nos encontramos. Espero solução rápida do caso. Esse tipo de comportamento não pode se propagar na corporação. A função do policial é garantir a segurança das pessoas, intervir em caso de conflito e nunca manifestar opinião política”, concluiu.
Após a divulgação do vídeo pelo site Nova Imprensa, a PM divulgou nota dizendo que abriu sindicância para apurar a conduta do policial. “Ao tomar conhecimento das imagens, imediatamente instaurou procedimento para apurar a conduta do policial, sendo certo que, a opinião pessoal do militar, não reflete o posicionamento institucional, nem tampouco se coaduna com os protocolos previstos para atendimento de ocorrências da Polícia Militar”.