O governo anunciou nesta quarta-feira (16) que não irá aplicar o horário de verão em 2024. A decisão veio após análise de um pedido feito pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) que solicitou a implantação devido à forte estiagem que afeta o país.
De acordo com o relatório do ONS, a aplicação do horário de verão poderia trazer uma redução de até 2,9% da demanda máxima, o que diminuiria a necessidade de geração termelétrica e traria uma economia no custo da operação próxima a R$ 400 milhões entre os meses de outubro e fevereiro.
O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) disse que apesar da maior seca da história, a redução de vazão em hidrelétricas.garante tranquilidade aos maiores reservatórios de água do país. Já a implantação do horário de verão em 2025 será analisado somente o ano que vem.
O horário de verão gera controvérsia entre os setores da economia. Empresas de comércio, turismo e lazer têm maior ganho potencial, já que a luz natural ao fim do expediente eleva a expectativa de movimento em bares, restaurantes e atividades ao ar livre. Por outro lado, setores como transporte aéreo e indústria enfrentam desafios para se ajustar.
Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia e ex-diretor-geral do ONS, afirmou em artigo recente que o horário de verão traria economia e menos emissões de gases de efeito estufa devido ao menor acionamento de termelétricas.
O horário de verão foi adotado pela primeira vez no Brasil em 1931. A “hora da economia de luz”, como era chamada, foi estabelecida por decreto do então presidente Getúlio Vargas.
O horário de verão também tradicionalmente divide a população, mas o apoio à mudança no relógio nunca foi tão baixa na série do Datafolha, que começa em 2017. Pela mais recente pesquisa, divulgada nesta semana, 47% declararam ser favoráveis e 47% contrários a ele, enquanto uma parcela de 6% se diz indiferente.