O governo de São Paulo, por meio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (SEDS), entregou para Osasco e região, nesta sexta-feira (08), uma nova unidade do Programa Casas Terapêuticas, voltada para dependentes químicos com longa vivência em cenas abertas de uso.
O secretário Estadual de Desenvolvimento Social, Gilberto Nascimento, e o prefeito de Osasco, Rogério Lins, participaram da cerimônia de inauguração.
O investimento total no equipamento será de mais de R$ 2 milhões/ano. Esta será a terceira unidade no estado. As outras duas ficam na Capital e em Guarulhos.
“Nossa meta é levar esse serviço inovador para todo o estado. É um aliado importantíssimo no tratamento e recuperação de pessoas com longa vivência de rua, que infelizmente se multiplicam na mesma proporção do crescimento das drogas sintéticas. A situação é tão extrema que muitos não têm mais o apoio da família, e precisam reaprender o autocuidado, o que é um lar, além da autonomia para manter moradia e emprego”, explicou o secretário Gilberto Nascimento.
A nova unidade será exclusiva para dependentes químicos do sexo masculino. A capacidade é de até 45 vagas rotativas.
Os encaminhamentos para a Casa Terapêutica de Osasco serão feitos através dos CRAS, CREAS, Centros Pop, CAPS, entre outros e é de graça.
Programa sob medida
O novo programa de Casas Terapêuticas é uma ação do governo estadual para o enfrentamento da dependência química, concebido sob medida para o tratamento de pessoas em situação de rua advindas de cenas abertas de uso.
A Coordenadoria de Políticas sobre Drogas (COED), da Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, estruturou o programa a partir de pesquisa entre dependentes químicos. De acordo com os dados coletados, a equipe técnica da COED desenhou a nova metodologia.
“Identificamos que, realmente, os dependentes químicos em situação de rua não permaneciam nos serviços existentes. Paramos para ouvi-los e assim nasceu o programa de Casas Terapêuticas, que promove uma interlocução entre o Plano Nacional para Pessoas em Situação de Rua e a Política Estadual sobre Drogas. Hoje, é estratégico, pois endereça, ao mesmo tempo, dois grandes desafios: a dependência química e a situação de rua”, analisou Eliana Borges, coordenadora de Políticas sobre Drogas da Pasta.
O serviço foi estruturado em 04 fases distintas (Acolher, Despertar, Transformar, Caminhar), ofertado em um ecossistema de 03 unidades denominadas casas terapêuticas.
Na fase inicial, os acolhidos reaprendem tarefas como tomar banho, construir uma comunicação não violenta, cuidar da casa, das roupas e objetos pessoais, aprendizagem de novas habilidades sociais, entre outras formas de autocuidado. Fazem atividades em grupo, terapia individuais, atividades socioeducativas, culturais e mentorias.
A fase intermediária trabalha as potencialidades de cada um, incentivando o retorno aos estudos e o ingresso no mercado de trabalho até a conquista da autonomia de renda e moradia. Após isso, continua sendo acompanhado por equipe técnica por, no mínimo, mais 06 meses para prevenção de recaídas. O tratamento total pode durar até dois anos.
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