O prefeito de Osasco, Rogério Lins (Podemos), visitou na sexta-feira, 1º, o escritório da Uber na região central. Local é utilizado enquanto as obras de construção do Campus da Uber, na Vila Yara, seguem em andamento e com previsão de entrega nesse ano. A empresa de tecnologia transferiu sua sede da Capital para Osasco em maio de 2021.
A visita de Lins aconteceu depois que a empresa entrou na lista de “suspeitas” de evasão fiscal e crime tributário durante investigações da CPI dos Aplicativos na Câmara Municipal de São Paulo.
Na última terça-feira, 29, os vereadores Adilson Amadeu (União Brasil), Luana Alves (PSOL), Marlon Luz (MDB) e Sidney Cruz (Solidariedade) fizeram uma visita surpresa à sede da Uber, em Osasco, e a um centro de apoio para os motoristas na Barra Funda, zona Oeste paulistana.
Ao jornal Folha de S. Paulo, Lins declarou que a Capital “tem que saber perder”. Ele telefonou para o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e reclamou das diligências de vereadores na sede da Uber.
Em entrevista à Folha, Lins afirmou ter relatado para Nunes que a atuação dos vereadores foi desrespeitosa. “Torço para que São Paulo vá bem, não estamos em guerra com São Paulo. Se uma empresa de Osasco se mudar para lá, eu jamais vou tumultuar. O pessoal tem que saber perder também, né. Tem que respeitar”, disse por telefone, na quinta-feira, 31.
“Vir com viaturas da GCM de São Paulo na nossa cidade, além da presença de imprensa, numa empresa que gera empregos”, completou.
A Câmara Municipal paulistana disse que a “apuração trata de questões fiscais relacionadas à cidade de São Paulo e, portanto, os vereadores da capital têm total prerrogativa de atuação”. Segundo a nota, casos semelhantes ocorreram em outras CPIs da Casa.
Em nota, a prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Segurança Urbana, afirmou que a GCM acompanhou os vereadores “a fim de cumprir a entrega de intimação em endereços de caráter sigiloso na região de Osasco”.
O objetivo da visita, de acordo com o vereador Adilson Amadeu, era investigar uma possível evasão fiscal das empresas de aplicativos que se transferiram para cidades da região metropolitana, mas continuam prestando o serviço na capital.
Em Osasco, a alíquota de ISS (Imposto Sobre Serviço) é de 2%, contra a de 5% que era paga pela empresa em São Paulo.
“Imagina se virar moda, vereadores de Osasco irem fiscalizar empresas em São Paulo. Existe um questionamento jurídico, inclusive”, disse Lins.
A Uber afirmou à Folha que a sede de 33 mil metros quadrados em Osasco deverá ser inaugurada até o final deste ano e acrescentou que, neste momento, opera com o modelo de trabalho híbrido e que conta, temporariamente, com um prédio alugado.
A visita do prefeito foi acompanhada pelos secretários municipais, Éder Máximo (Planejamento e Gestão e interino de Comunicação), Gerson Pessoa (Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Econômico) e Pedro Sotero (Habitação).