As entradas de nove UBS e da Policlínica Zona Norte, em Osasco, já tem câmeras de reconhecimento facial criminal em funcionamento. Dados foram divulgados pelo secretário da Segurança e Controle Urbano, coronel José Virgolino, durante Audiência Pública com o tema ‘Violência contra os Profissionais de Saúde’ realizada na Câmara Municipal de Osasco.
“Se entrar alguém lá com problema [com a Justiça] vai acusar imediatamente. E não é só isso: a câmera também fotografa as pessoas que entram na unidade. Se por acaso alguém lá dentro da UBS fizer qualquer tipo de agressão é fácil identificar”, explicou o secretário.
Segundo ele, apesar dos avanços, o número ainda é pouco. “A nossa pretensão é que em três meses, no máximo, tenhamos essas câmeras instaladas em todas as UBS”, concluiu Virgolino.
A Audiência Pública foi presidida pelo vereador Ralfi Silva, que solicitou inicialmente à Prefeitura a instalação de câmeras de segurança nas unidades de saúde. Ele disse que os equipamentos já estavam previstos no orçamento municipal deste ano para serem instalados em outros pontos da cidade, mas pediu ao prefeito que priorizasse as entradas das unidades de saúde para reforçar a segurança no local.
Nos últimos meses têm aumentado o número de agressões verbais, psicológicas e físicas por parte de pacientes e acompanhantes a profissionais da área da Saúde.
A secretária-adjunta de Saúde, Suzete Franco, ressaltou que o período pós-pandemia agravou a situação. “Vivemos em uma sociedade imediatista, que esquece os reflexos da pandemia ainda presentes no nosso dia a dia. O maior desafio são as relações interpessoais: encontramos impaciência e intolerância. Já promovemos debates sobre o tema”, afirmou, defendendo protagonismo e união dos servidores da saúde no enfrentamento à violência.
O presidente do Coren-SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo), Sérgio Cleto, encerrou as falas da mesa, lembrando que a enfermagem representa 60% da força de trabalho do SUS e que a violência atinge a categoria de forma alarmante.
“Só em Osasco são mais de 10 mil profissionais da enfermagem. Oito em cada dez sofrem algum tipo de agressão, não apenas na rede pública, mas também na privada e no atendimento autônomo. Hoje, nenhum trabalhador merece ser agredido em sua atividade. Não pedimos privilégios, pedimos respeito”, afirmou, defendendo políticas públicas efetivas.