A Polícia Federal (PF) de Campinas (SP) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público (MP), fizeram, na manhã desta segunda-feira (24), uma operação em quatro estados contra uma quadrilha especializada em roubo violento de cargas e caminhões, além de desmanche, receptação e lavagem de dinheiro.
Segundo a investigação, o grupo tinha “padrão luxuoso de vida”. Uma Ferrari e R$ 534,8 mil foram apreendidos em Jandira.
Na região, para Osasco foram expedidos seis mandatos entre prisão e busca e apreensão; e dois em Jandira, ambos de busca e prisão.
Pelo menos 110 policiais federais e 100 policiais militares estavam envolvidos na força-tarefa. A Justiça autorizou, ainda, o sequestro de bens e valores ligados à organização criminosa que totalizam R$ 70 milhões – valor movimentado pelos criminosos.
A investigação, conduzida por um grupo especializado de repressão a roubo de cargas da Delegacia da Polícia Federal de Campinas, começou após em 2023 após um assalto em Cajamar (SP). Somente na cidade de Osasco, a quadrilha efetuou nove assaltos.
A PF constatou que a quadrilha atuava em vários estados do Brasil e os chefes ostentavam, com os valores roubados, um padrão de estilo de vida elevado com compras de veículos de montadoras como Ferrari, Lamborghini, além lanchas, jet ski, imóveis de alto padrão e presença em camarotes VIP de eventos.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, o grupo participou de pelo menos 49 roubos violentos de cargas entre 2021 e 2024.
Os 17 mandados de prisão expedidos para os 4 estados, 16 foram cumpridos e uma mulher segue foragida. Além disso, houve uma prisão em flagrante de um homem por posse ilegal de arma de calibre restrito.
O material apreendido foi encaminhado à Delegacia da Polícia Federal. Além da Ferrari e dos R$ 534,8 mil, também foram encontradas armas, joias, mais dinheiro em espécie, entre real, euro e dólar, e outros veículos. Em Vilhena (RO), a corporação apreendeu carcaças de caminhões roubados.
Como funcionava?
A organização criminosa usava empresas de peças e manutenção para se dedicar à receptação e venda de caminhões, equipamentos e motores roubados. A quadrilha encomendava roubos específicos com o modelo de carreta que desejavam – o foco era marcas suecas.
A investigação identificou três núcleos: roubo, desmanche e receptação. Parte dos criminosos que atuava nos roubos já havia sido presa em outras operações voltadas a este tipo de crime.
O nome da operação, “Hammare” (martelo, em sueco), faz uma referência ao principal instrumento do grupo para acesso aos veículos e também à preferência pelas marcas. Segundo a PF, eles quebravam os vidros enquanto os motoristas descansavam.
O delegado chefe da Polícia Federal em Campinas, Edson Geraldo de Souza, afirmou que, após o roubo e os desmanches de peças, a quadrilha adulterava os números de chassi e peças dos caminhões para que os produtos pudessem ser vendidos no mercado legal.
A base dos roubos era o estado de São Paulo, especialmente as regiões de Campinas e Sorocaba. Já o centro dos desmanches ficava em Osasco e, depois, as peças eram enviadas para venda em outros estados do Brasil.
“Normalmente, na prática de roubo de carga e caminhões, o grupo criminoso utiliza bloqueadores de sinal. As empresas de caminhões, ao saber disso, passaram a utilizar uma nova tecnologia que inibe esses bloqueadores de sinal. No entanto, os criminosos já procuravam caminhões que não utilizavam dessa tecnologia”, afirmou. (com g1.com.br)
Confira os locais dos mandados
Embu das Artes (SP): prisão e busca (homem)
Itapecerica da Serra (SP): prisão e busca (homem)
Osasco (SP): prisão e busca (homem)
São Paulo (SP): prisão e busca (homem)
Jandira (SP): prisão e busca (homem)
Jandira (SP): prisão e busca (mulher)
Osasco (SP): busca e apreensão (pessoas jurídica)
Osasco (SP): busca e apreensão (pessoa jurídica)
Osasco (SP): busca e apreensão (pessoa jurídica)
Osasco (SP): prisão e busca (homem)
Araras (SP): prisão e busca (mulher)
Guarulhos (SP): prisão e busca (mulher)
Osasco (SP): busca e apreensão (homem)
Maringá (PR): prisão e busca (homem)
Maringá (PR): prisão e busca (homem)
Maringá (PR): prisão e busca (homem)
Maringá (PR): busca e apreensão (pessoa jurídica)
Maringá (PR): busca e apreensão (pessoa jurídica)
Vilhena (RO): prisão e busca (homem)
Vilhena (RO): busca e apreensão (pessoa jurídica)
Vilhena (RO): busca e apreensão (pessoa jurídica)
Erechim (RS): prisão e busca (homem)
Erechim (RS): busca e apreensão (pessoa jurídica)
Erechim (RS): busca e apreensão (pessoa jurídica)
Quatro investigados já haviam sido presos em outras duas operações.
Veja os roubos investigados
24.03.2021: São Paulo
13.05.2021: Osasco
06.02.2023: São Paulo
10.02.2023: Itapetininga
13.02.2023: Guararema
14.02.2023: Guararema
14.02.2023: São Paulo
15.03.2023: Osasco
16.03.2023: Osasco
17.03.2023: Itapecerica da Serra
28.03.2023: Pindamonhangaba
25.04.2023: São Paulo
03.10.2023: São Gonçalo do Sapucaí
04.10.2023: Osasco
16.10.2023: São Paulo
16 18.10.2023: Jundiaí
24.10.2023: Itapecerica da Serra
31.10.2023: Itapecerica da Serra
31.10.2023: Itapecerica da Serra
03.11.2023: São Paulo
06.11.2023: Osasco
09.11.2023: São Paulo ou Osasco
11.11.2023: São Gonçalo do Sapucaí
16.11.2023: Osasco
17.11.2023: Osasco
20.11.2023: Osasco
27.11.2023: Osasco
07.12.2023: Jundiaí
24.01.2024: Juquitiba
25.01.2024: São Lourenço da Serra
09.02.2024: São Lourenço da Serra
19.02.2024: São Paulo
22.02.2024: Araçariguama
22.02.2024: Araçariguama
07.03.2024: Juquitiba
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08.03.2024: São Lourenço da Serra
21.03.2024: Juquitiba
21.03.2024: Juquitiba
22.03.2024: Itapecerica da Serra
22.03.2024: Itapecerica da Serra
27.03.2024: Juquitiba
27.03.2024: Juquitiba
03.04.2024: Tatuí
03.04.2024: Sumaré
11.04.2024: Itapecerica da Serra
21.05.2024: Guarulhos
21.05.2024: Cajamar
22.05.2024: Itapecerica da Serra