A pandemia do novo coronavírus modificou o comportamento das pessoas e isso se refletiu na qualidade da água do Rio Tietê.
As pessoas ficaram mais em casa, teve menos lixo na rua, que assim não foi para os rios, e houve menor pressão sobre os recursos hídricos por parte das atividades industriais e do agronegócio.
Uma análise dos últimos 12 meses mostra que a mancha de poluição somou 150 quilômetros de extensão e, pela primeira vez desde 2010, não foram registrados trechos com água de péssima qualidade.
Também se observou uma estabilidade da qualidade do recurso hídrico nos 83 pontos monitorados em relação a 2019.
Os dados são do relatório Observando o Tietê, que foi divulgado, anteontem, pela SOS Mata Atlântica. O grupo monitora 576 dos 1,1 mil quilômetros do rio.
Nas avaliações feitas entre setembro de 2019 e agosto de 2020 – com interrupção entre março e julho por causa da pandemia, a qualidade de água ruim foi verificada em trechos que antes estavam no nível péssimo.
No ano passado, o trecho considerado “morto”, com água imprópria para uso ou vida aquática, foi de 163 quilômetros.
Além disso, a qualidade da água melhorou em 94 quilômetros, atingindo a condição boa, um indicador que não era obtido há décadas.
Somando com os trechos de qualidade regular, também própria à vida aquática e uso humano, o total é de 382 km.