O Talibã estaria usando ‘espiões e informantes’ para perseguir a minoria cristã que vive no Afeganistão desde quando reassumiu o controle do governo do país. Os relatos foram feitos pela SAT-7, uma organização que transmite programas cristãos para igrejas e cristãos no Oriente Médio e no Norte da África.
“Estamos ouvindo de fontes confiáveis que o Talibã exige telefones das pessoas e, se eles encontrarem uma Bíblia baixada em seu dispositivo, irão matá-los imediatamente”, disse o presidente do SAT-7 na América do Norte, Dr. Rex Rogers, à agência de notícias ‘Religion News Service’. “É incrivelmente perigoso agora para os afegãos ter algo cristão em seus telefones. O Talibã tem espiões e informantes em todos os lugares.”
Mesmo antes do grupo radical islâmico tomar controle do país, o Afeganistão era o segundo lugar mais perigoso para os cristãos praticarem sua fé, atrás da Coreia do Norte, de acordo com a versão de 2021 da Lista Mundial da Perseguição, feita pela organização Portas Abertas.
“Nossos irmãos e irmãs em Cristo estão nos dizendo como eles estão com medo. Nas áreas que o Talibã agora controla, as meninas não podem ir à escola e as mulheres não podem deixar suas casas sem um companheiro”, disse uma fonte que teve a identidade mantida em sigilo pelo ‘Religion News Service’ para evitar represálias.
Em 2020, quando ainda esteva auxiliando o governo Ashraf Ghani, o Departamento de Estado dos Estados Unidos disse em seu relatório sobre Liberdade Religiosa Internacional que os cristãos no Afeganistão, cerca de 0,3% da população, foram forçados a praticar sua fé clandestinamente e se reunir com pequenos grupos. Naquele país, renunciar ao Islã por uma fé diferente, era punível com morte, prisão ou confisco de propriedade.
“Antes do governo do Talibã, os cristãos já tinham muita dificuldade em viver de acordo com sua fé, pois tinham que mantê-la em segredo de suas famílias por medo de serem evitados ou, pior, mortos”, disse o Samuel, Diretor de Campo do Portas Abertas para a Ásia.
“Agora que o Taleban está no poder, sua vulnerabilidade aumenta dez vezes. Seria quase impossível ser um seguidor de Jesus neste país”, continuou Samuel. “Estamos monitorando a situação, mas esta é a hora de pedirmos a Deus que tenha misericórdia não só de Seu povo, mas deste país como um todo.” (noticias.r7.com)