O I Simpósio da Família realizado na terça-feira, 7, no Centro de Formação de Professores, foi o primeiro passo para que Osasco ganhe mais uma Secretaria Municipal, a da Família. Presente ao evento, o prefeito Rogério Lins disse que a proposta está “no forno” e convidou o vereador Rogério Santos para comandar a Pasta.
Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família na Câmara Municipal, Rogério Santos é ligado à igreja católica (onde mantém seu reduto eleitoral) e defensor de pautas conservadoras. Em seu discurso de encerramento no Simpósio, o vereador disse que “a família tem sido alvo permanente de ideologias que não se cansam de lutar para vê-la exterminada. A família é hoje vista por muitos ideólogos como um obstáculo para implantação de suas agendas revolucionárias. Não podemos permanecer indiferentes. Devemos nos unir”.
Embora Rogério Santos negue que o evento tenha cunho religioso ou partidário, a convidada especial foi a secretária nacional da Família, Angela Gandra Martins, que apresentou programas do governo Bolsonaro e defendeu o home schooling, projeto polêmico de ensino domiciliar ao qual o vereador é favorável.
Em sua fala final, Rogério Santos pediu a Angela Gandra que enviasse um abraço à ministra Damares Alves, dos Direitos Humanos e da Família, a quem o vereador osasquense é admirador declarado. Rogério Santos foi um dos idealizadores do Simpósio e pertence ao mesmo partido do presidente da República, o PL.
A única voz dissonante no Simpósio foi a do secretário de Finanças, Bruno Mancini, que disse que Osasco deve ser um município de todos. “A família é a base de tudo e todos os tipos de família são bem-vindos e são importantes para a nossa cidade”, disse.
A voz de Mancini ecoava diante de uma tela enorme com imagem de uma família tradicional. Em momento algum, do Simpósio, foi abordada a questão de direitos às famílias homoafetivas, embora esse formato de família tenha completado 10 anos de reconhecimento pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Em maio de 2011, a maioria dos ministros concedeu o direito de constituição de família a todos, independente da orientação sexual ou gênero.
“Temos que ter um olhar carinhoso e cuidadoso com cada uma das pessoas que fazem parte de uma família. E o estado precisa agir sim, se impor e regular e garantir para que consigamos reduzir a diferença que o mundo econômico coloca algumas famílias à margem de outras”, finalizou Mancini.
