O protocolo número 350088/2022, registrado às 14h44, de 7 de abril, junto ao Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) foi o primeiro passo para tornar o Museu de Osasco patrimônio estadual.
O casarão, conhecido como Chalé Brícola, onde funciona o Museu, tem enorme valor histórico para a cidade. Foi de lá que partiu o avião que realizou o 1º voo da América Latina, em 7 de janeiro de 1910, projetado pelo engenheiro Dimitri Sensaud de Lavaud, espanhol naturalizado francês, que morava com a família, em Osasco, desde 1898.
Seu pai, o barão Evaristhé Sensaud de Lavaud era industrial na cidade e vivia com a esposa Sasha Bogdanoff no Chalé Brícola. Durante dois anos, Dimitri transformou a casa dos pais no QG do seu projeto. O aeroplano São Paulo foi quase 100% construído em Osasco, com materiais nacionais. E foi do quintal do Chalé Brícola que Dimitri decolou com ele.
Outro aspecto relevante no pedido de tombamento apresentado ao Condephaat é o valor arquitetônico do Chalé Brícola. O prédio é o último exemplar da forte presença da imigração italiana em Osasco, no final do século 19. Liderados por Antônio Agú, que fundou a Villa Osasco em 1895, esses imigrantes implantaram as primeiras indústrias da cidade e ergueram diversas moradias próprias e vilas operárias. O Chalé foi construído na segunda metade da década de 1890.
A propriedade foi a casa mais luxuosa e bonita, de Osasco, durante décadas. Quase foi destruída, nos anos 60 e 70, até ser declarada de utilidade pública em 1974, para ser transformada no Museu Municipal Dimitri Sensaud de Lavaud. Em 19 de fevereiro, deste ano, quando Osasco completou 60 anos de emancipação política, o Modephac (Movimento em Defesa da Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Osasco) promoveu um abraço simbólico ao Chalé para chamar a atenção das autoridades para a necessidade do restauro e reabertura do Museu à população.
Com o tombamento, a prefeitura poderá obter recursos orçamentários e extra orçamentários para restaurar e modernizar o Museu. Os documentos estão sob análise do Condephatt, órgão subordinado à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, responsável pelos processos de estudo de tombamento, de intervenções em bens tombados, ou situados em áreas envoltórias.