Ex-vereador de Osasco, André Sacco, foi absolvido, em segunda instância, na Operação Caça-Fantasmas, que investiga a presença de funcionários fantasmas na Câmara Municipal de Osasco. Doutor André Sacco chegou a ficar preso cerca de 20 dias junto com outros 12 vereadores.
Segundo doutor Flávio Christensen Nobre, advogado de Sacco, a defesa conseguiu mostrar que não havia indício de que o ex-vereador estivesse envolvido no fato que resultou na acusação e sua inclusão na investigação Caça-Fantasmas.
“Quando Sacco foi sentenciado foi a Justiça alegou que não tinha provas contundentes para condenação. Mas nós não concordamos e apelamos para que essa absolvição viesse no sentido da inexistência do fato, ou seja, doutor Sacco foi absolvido porque ele é realmente inocente, não porque não tinha provas para inocentá-lo”, ressaltou Christensen.
Durante todo o processo Christensen reuniu mais de 27 mil documentos. “Fizemos entrevistas, colhemos provas, elementos, documentos e conseguimos mostrar, de forma conclusiva e cabal, que doutor Sacco não teve nenhuma participação nisso”.
A ação do Ministério Público, que resultou na prisão de 13 vereadores, aconteceu no final de 2016. Mais de quatro anos depois de sua prisão, o ex-parlamentar ainda carrega esse trauma. “Isso foi traumático porque ele é um médico de carreira, já tinha quatro mandatos cuja reputação ilibada ecoa nos quatro cantos da cidade. Ele é uma pessoa honesta, de família, e essa situação trouxe muito trauma para ele e para a família. Isso acompanha ele até hoje, infelizmente, mas graças a Deus houve justiça neste caso”, contou doutor Christensen que comentou, ainda, sobre a ação do MP.
“Respeito muito o Ministério Público, mas a prisão foi um pouco prematura em relação ao doutor André Sacco porque não tinha elementos para a prisão. Não deveria ter colocado o doutor André [na Operação] por inexistência de provas e consegui demonstrar isso. Sempre acreditei na Justiça e continuo acreditando e, neste caso, a Justiça foi trazida à tona com a confirmação da absolvição em segunda instância”.
Agora, se o Ministério Público não recorrer da decisão em segunda instância, Sacco segue inocentado e encerra-se o processo. Caso contrário, a defesa está pronta para apelar. “Se o caso for para o STJ (Superior Tribunal de Justiça) vamos recorrer, mas não consigo enxergar, sob a ótica jurídica, elementos para embasar um recurso especial. Se eles enxergarem uma vertente nós vamos recorrer”, finalizou.