O chamado “UFC da Favela”, ou “UFC de Rua”, “UFC da Quebrada” volta a acontecer na periferia de Osasco e a preocupar pais e responsáveis.
Vídeos nas redes sociais mostram as lutas de jovens que se encaram mano a mano, sem proteção alguma, rodeados por uma multidão eufórica.
A troca desenfreada de socos acontece em um espaço improvisado e sem proteção contra quedas bruscas. Uma rua de terra, ou cimento puro, vira octógono ou ringue.
Vence que nocautear o adversário primeiro. Para lutas “menos violentas” os rounds são de 3 minutos cada. Neste caso, de lutas “mornas”, um juiz improvisado define quem ganhou. A plateia grita o tempo todo.
A luta é registrada por dezenas de celulares e logo vai parar nas redes sociais, onde também são informados locais e datas das lutas.
UFC é a sigla de Ultimate Fighting Championship, maior organização de artes marciais mistas (MMA) do mundo, criada há 30 anos nos Estados Unidos e que se popularizou no Brasil a partir dos anos 2000, com as conquistas de cinturão por vários lutadores brasileiros, como Vitor Belfort, Anderson Silva, Rodrigo Minotauro e José Aldo.
Estudos da Faculdade de Medicina da Universidade e São Paulo mostram que a exposição repetitiva do crânio a pancadas faz com que o cérebro se mova bruscamente na caixa craniana.
A reiteração dos traumas, a longo prazo, pode desencadear um processo progressivo e irreversível de sintomas, como, por exemplo, perda de memória, dificuldade de raciocínio, problemas motores como lentidão, rigidez dos músculos, alterações da fala e desequilíbrio.
A longo prazo, lutadores que recebem muitos golpes na cabeça podem desenvolver encefalopatia traumática crônica, a popular “demência do pugilista”, que já acometeu grandes boxeadores brasileiros, como Maguila e Éder Jofre, além do campeão norte-americano Muhammad Ali.