Pré-candidata a vereadora de Barueri, Mari Tavelli (PSB) afirmou, em entrevista ao Diário da Região, que em 2024 vai buscar uma vaga na Câmara Municipal para representar as mulheres. “Se você olhar para a Câmara de Barueri temos quatro mulheres, todas esposas. Nós tivemos um avanço muito grande, mas em 74 anos só tivemos 10 vereadoras”, comentou atribuindo a baixa representatividade feminina na política de Barueri ao conservadorismo e ao sistema político que, segundo ela, é muito difícil para as mulheres.
Durante a entrevista, a pré-candidata contou que enfrenta resistência em Barueri por diversos fatores. “Intimamente muitos atores políticos de Barueri têm uma mágoa de Mari Tavelli pelo meu jeito de ser. E isso não é culpa minha. Sou uma mulher nordestina, pobre, fiz campanha sem dinheiro, mostrei que sei fazer e hoje estou no grupo dominante em Barueri por conta do meu trabalho duro. Isso assusta e é normal”, explicou.
“Uma vez chegou um cara e falou assim pra mim: você tem que ter um homem e ter um filho”. Eu pensei: “Tô lascada. Porque primeiro eu tinha que ter voto, tenho voto. Segundo tinha que ter coragem, tenho coragem. Terceiro, tinha que ter apoio do prefeito, tenho o apoio do prefeito. Agora tenho que ter um marido para me respaldar? Poxa!”, completou.
Em 2020, Mari foi candidata a prefeita em Barueri. Ela conquistou mais de 9.400 votos e ficou atrás apenas de Rubens Furlan, prefeito reeleito. Como adversários ela também tinha Baltasar Rosa, Júlio Leal, Reinaldo Monteiro, Capitão Ataliba e Professor Balde. “Eu fiquei em segundo lugar contra seis homens casados, conservadores, que se vestem bem e não tem nada que os desabonem”, comentou. Ela disse que está mostrando o seu potencial e que a política do município precisa da Mari Tavelli e de outras candidatas para aumentar o número de mulheres na Câmara.
Questionada se Márcio França (PSB), ministro de Portos e Aeroportos, sobe no palanque de Mari Tavelli ela disse acreditar que sim. “Eu tenho uma gratidão muito grande por ele. Ele foi muito responsável por essa volta ao partido junto ao Furlan. Então sei que o Márcio vai pedir voto pra mim e eu pra ele quando ele precisar”.
Se em 2020 Mari era adversária de Furlan, depois que o prefeito de Barueri deixou o PSDB para se filiar ao PSB, hoje os dois caminham juntos em prol de uma cidade melhor. Isso significa que na eleição de 2024, Mari terá apoio de Rubens Furlan e pedirá votos a Beto Piteri, candidato de Furlan para prefeito.
Segundo Mari, o seu propósito é o mesmo, mas agora com Furlan em o seu grupo político. “Eu continuo onde sempre estive, que é cuidando das pessoas, quem fez uma guinada política foi o Furlan que foi para o PSB. E o Furlan teve um gesto muito bonito apoiando o presidente Lula e, ali, eu vi que tinha uma abertura do Furlan para vir para o campo que eu sempre tive. Então acredito que é um momento de união. Acho que precisamos de um Brasil e municípios mais unidos. Então acho que foi uma guinada mais do Furlan do que da Mari Tavelli”, pontuou.
Segundo ela, a política é feita de gestos. “Quando ele fez o gesto de apoiar o Lula e ir para o PSB foi um gesto que foi o momento onde a gente também sentou, se olhou e falou: vamos entrar em um consenso”, comentou.
“A vinda do Furlan ao PSB foi para fortalecer o Alckmin e o lado que eles sempre estiveram. E é momento de união. Se não tivesse tido essa união, o Bolsonaro ainda seria o presidente”, completou.
Mari Tavelli sabe que o caminho até 2024 é longo, mas ela disse estar preparada e mandou um recado para os políticos machistas de plantão: “Vou enfrentar todo embate que tiver que enfrentar. O machismo e misoginia vão ter que colocar o rabo entre as pernas e ir para o embate”, finalizou.
