Carapicuíba entrou para o circuito de “UFC de Rua” e, de forma clandestina, realiza lutas sem regra alguma. Jovens se encaram mano a mano rodeados por uma multidão eufórica.
Eles tocam as luvas, como fazem os lutadores profissionais, antes de partirem para uma troca desenfreada de socos.
O octógono, ou o ringue, pode ser qualquer lugar, um posto de gasolina, a rua, um campo de futebol. Assim como os golpes, vale murro na cabeça, no rosto, no estômago.
A luta é registrada por dezenas de celulares e logo vai parar nas redes sociais. Em Carapicuíba, elas são postadas na página “UFC Carakas”.
A prática começou na periferia da Zona Norte de São com o slogan “UFC de Rua” ou “UFC da Favela“ e se disseminou. Até criança já aderiu à porradaria.
Há registros de lutas em vídeo nas quais os “combatentes” trocam socos sem o equipamento ou dividem o mesmo par de luvas.
Em alguns, os desafiantes têm pesos visivelmente discrepantes, o que não ocorre nas lutas profissionais, além de trocarem socos sobre o concreto ou asfalto, sem nenhum tipo de estrutura para atendimento médico em caso de emergência.
UFC é a sigla de Ultimate Fighting Championship, maior organização de artes marciais mistas (MMA) do mundo, criada há 30 anos nos Estados Unidos e que se popularizou no Brasil a partir dos anos 2000, com as conquistas de cinturão por vários lutadores brasileiros, como Vitor Belfort, Anderson Silva, Rodrigo Minotauro e José Aldo. No UFC de Rua, a única semelhança com a modalidade original são as luvas, e olhe lá.