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Bate-boca em debate em Osasco vai parar no MP e será investigado pela PF

(Divulgação)

Da redação     -
29 de outubro de 2020

O Ministério Público Eleitoral solicitou que a Polícia Federal investigue o deputado estadual Arthur do Val (Patriota) por ter insinuado que Jilmar Tatto (PT) tem relação com a facção criminosa PCC. A acusação foi feita durante debate, com os candidatos a prefeito de São Paulo, realizado pela ConecTV, na segunda-feira (26), no auditório do jornal Diário da Região.

A Promotoria já abriu inquérito policial após notícia-crime apresentada pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Arthur do Val será investigado pelo crime de calúnia. A defesa dele alega que o parecer do Ministério Público é apenas “pro forma” e afirma que a sentença será favorável ao seu cliente.

Durante o debate, no bloco onde candidato pergunta para candidato. “Eu quero fazer uma pergunta que nenhum outro candidato tem coragem de fazer. Estou cara a cara com o senhor e a pergunta é bem simples: qual que é a sua relação com o PCC?”, disparou Arthur do Val a Jilmar Tatto.

Além da vinculação de Tatto ao PCC, Arthur do Val ainda insinuou que a família de Tatto faz “sabe-se lá o que” com dinheiro público. A fala pode incorrer em crime contra a honra. O que também será analisado.

A vinculação de Tatto ao crime organizado, feita por Arthur do Val, se baseia na expulsão do deputado Luiz Moura, do PT, por suspeitas de realização de uma reunião, em 2014, onde estariam operadores do SPTrans (sistema de transporte) e membros do PCC, conforme matéria publicada na revista Veja. O deputado foi suspenso e expulso do PT. Já Arthur do Val tem se baseado nesta eportagem da Veja, que insinua relação entre Luiz Moura e Jilmar Tatto neste episódio, para atacar Tatto no debate. O petista foi secretário de Transportes (2003-2004) na gestão de Marta Suplicy (PT) na prefeitura de São Paulo.

 “Lave a sua boca antes de falar da minha família e falar de mim. Tenha respeito. Você com deputado não fez nada por São Paulo. Meça suas palavras. Não venha colocar suspeição na vida dos outros”, respondeu Tatto, em seu direito de réplica.

Após o debate, Arthur do Val foi cumprimentar Tatto, que se recusou a dar a mão a ele e rebateu: “Você sabe o que eu passei, cara? Para fazer essa porra funcionar no transporte? E aí vem você aqui, eu nunca te vi, entendeu? E fala um monte de merda para cima de mim, cara? Eu funciono desse jeito, co sinceridade, com paixão. É isso que eu tô te cobrando, sabe? Você tem que conhecer a minha história, cara’, disse Tatto. “Tem que ter outro nível cara. É assim, que a gente vai construir a democracia”, completou Tatto. (com coluna Painel, Folha de S. Paulo)