Em entrevista ao Diário da Região, José Genoíno, disse que a retomada do chamado “cinturão vermelho” na região Oeste da Grande São Paulo é um processo de reconstrução que não acontece do dia para a noite.
“Primeiro é olhar a experiência do passado. O PT não chegou a fazer o cinturão vermelho da noite para o dia. Você tem uma construção, um trabalho de ganhar corações e mentes, um trabalho de se aproximar da população”, afirmou.
“Agora estamos vivendo uma nova realidade no país, em São Paulo e na região e eu acho que o PT, nessa eleição de 2024, tem que plantar essa reestruturação, essa reconstrução e transformação. E isso é possível”, completou.
“Quem poderia imaginar que o Lula seria novamente presidente da República depois de tudo o que fizeram com ele? E ele foi”, citou como exemplo.
Na análise de Genoíno, ex-deputado federal e ex-presidente nacional do PT, tudo vai depender de cada conjuntura em cada local e as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Fernando Haddad serão decisivas no resultado das urnas.
Lula está em seu terceiro mandato como presidente e foi o único na história do país a ser eleito para o cargo por três vezes. Já Fernando Haddad disputou o segundo turno para governador contra Tarcísio de Freitas e obteve a maior votação de um petista na disputa pelo governo do estado de São Paulo, um reduto com sete mandatos do PSDB até então.
“Eu não tenho a menor dúvida que em São Paulo, considerando que o Lula e Haddad ganharam, tanto na cidade de São Paulo e na Grande São Paulo, eles vão ser decisivos”, afirmou Genoíno se referindo aos resultados das urnas nas últimas eleições majoritárias para presidente e governador em 2022.
“Agora, a eleição é uma coisa muito dinâmica, depende do debate, da candidatura, do corpo a corpo, do estado de espírito da população, portanto não dá para prefigurar, mas o PT vai com muita força porque o Lula é uma liderança forte”, finalizou.
A região Oeste da Grande São Paulo já foi considerada um “cinturão vermelho” por ter sido governada por vários prefeitos petista e ter tido uma boa representatividade do PT nas Câmaras Municipais. Realidade que não acontece na última década, com ascensão de políticos alinhados ao centro, ou à direita.