Uma jovem com roupas sensuais gravou um vídeo dançando com uma arma em mãos. Ao fundo, o som Tropa do Oruam faz a trilha sonora. O reflexo de um homem aparece no espelho.
No Instagram a mulher se identifica como driih4i20 e na bio afirma ser “abençoada”, ter um filho de quase 4 anos e declara que “o coração tem que ser bandido, senão vira refém”.
O vídeo foi enviado ao Diário da Região e não há informação se Dri é da região. No feed, ela ainda orienta o internauta que “na falta de amor e carinho, fume um verdinho”.
Uma outra postagem, também no feed, tem ao lado da foto de Dri uma imagem do coringa, tatuagem comum em bandidos envolvidos na morte de policiais.
A música escolhida é um funk gravado pelo rapper Oruam e mais dois amigos, Zé Felipe (filho do cantor sertanejo Leonardo) e MC Tuto.
Oruam é apontado como filho do traficante líder do Comando Vermelho. Seu nome de batismo é Mauro Davi dos Santos Nepomuceno. Ele nasceu em 2001, cinco anos após seu pai, o traficante Marcinho VP, ser preso.
Oruam cresceu no Morro do Alemão, na Zona Norte do Rio, onde seu pai criou um império com o Comando Vermelho.
O vídeo remete à nova onda de tráfico implantada pelo crime organizado, como PCC e CV, que tem cooptado “mulheres jovens, com corpo modulado em academia, unhas e cabelos bem feitos” para despistar a polícia. No caso do vídeo, não há como saber se existe alguma ligação.
Dri remete à lembrança de “tia Carol”, uma jovem com as caracteristicas descritas acima que vendia droga para o PCC nas biqueiras de Cotia e Carapicuíba. “Tia Carol” foi presa, na semana passada, em Barueri, dirigindo um carro usado para deslocamento entre uma biqueira e outra.