Lutas clandestinas voltam a acontecer em Carapicuíba. Dessa vez, o ringue improvisado foi um campo de futebol no Jardim Brígida, onde dois jovens se enfrentaram em um combate sem regras e sem a presença de qualquer tipo de segurança, como ambulância.
A prática, embora proibida, vem se disseminando nas periferias, muitas vezes com a anuência, ou até mesmo incentivo de moradores. A falta de infraestrutura e de oportunidades para a juventude, aliada à carência de lazer e cultura, contribui para o surgimento desse tipo de evento.
No caso do Jardim Brígida, imagens que circulam nas redes sociais mostram os dois jovens com bandagem, luvas e protetor bucal, o que para alguns internautas configura uma luta “organizada” e segura.
No entanto, especialistas alertam para os riscos inerentes a qualquer tipo de combate sem acompanhamento médico e sem as devidas medidas de segurança.
“A ausência de regras e de uma ambulância para caso de urgências coloca em risco a vida dos participantes”, afirma o doutor Carlos Silva, médico especialista em medicina esportiva. “Mesmo com equipamentos de proteção, acidentes graves podem acontecer, e a falta de atendimento médico imediato pode ter consequências fatais”.
Nas redes sociais, a repercussão do caso dividiu opiniões. Alguns internautas defendem a liberdade dos jovens de se divertirem da forma que quiserem, enquanto outros criticam a falta de responsabilidade e o risco à vida dos participantes.
“É só um moleque brincando com outro”, comenta um usuário. “Se eles querem lutar, deixa eles lutarem”, defende outro. Já outros criticam a postura irresponsável dos envolvidos. “Isso não é brincadeira, é coisa séria”, afirma um internauta. “Se acontecer algo grave, quem vai pagar o pato? As famílias desses meninos?”, questiona outro.
O debate acende a necessidade de políticas públicas que ofereçam alternativas de lazer e cultura para a juventude das periferias, além de investir em infraestrutura e segurança para eventos esportivos organizados.