Em entrevista ao Diário da Região, Vitória Silvestre, secretária da Infância e Juventude de Osasco, explicou que registra, em média, vinte casos de trabalho infantil na cidade, a maioria deles nos semáforos.
“Na verdade, junto com a violência, o trabalho infantil é o maior número de casos que a gente tem”, disse Vitória. Segundo ela, a detecção desse trabalho infantil é uma ação que a sua Pasta realiza em rede com parceria do Conselho Tutelar e da Secretaria da Assistência Social do município.
“Quando é identificado o trabalho infantil, a Assistência Social é acionada para que faça o serviço de abordagem e descubra o porquê ela está no farol”, completou.
De acordo com Vitória, a grande maioria vai para os semáforos vender água e outros produtos para aumentar o orçamento doméstico e reduzir o problema da fome dentro de casa, consequência do desemprego. A secretária alertou que esse é um problema crônico no Brasil inteiro.
Quando detectado que a criança está vendendo produtos nas ruas por causa do desemprego do pai ou da mãe, a Secretaria de Emprego, Trabalho e Renda é acionada e o responsável dessa criança encaminhado para o Portal do Trabalhador.
O Fundo Social também integra essa rede e oferece uma cesta básica para a família desse menor que entra no cadastro da Prefeitura. Vitória frisou que diversas Secretarias auxiliam no atendimento a essa criança e sua família.
Além disso, a secretária contou que muitas dessas crianças são de outras cidades e vêm trabalhar com vendas nos semáforos de Osasco porque o município é um polo comercial forte da região.
“No caso das crianças de outros municípios há o sistema de recâmbio. A Secretaria de Assistência Social identifica que essa criança é de outro município e é feito o recâmbio onde é ligado para a secretaria do outro município”, explicou.
Vitória ainda reforçou que os pais que mandam seus filhos para os semáforos podem perder a guardar porque viola os direitos essenciais da infância.