Morador de Cotia e com base eleitoral na região, o deputado federal Alexandre Frota (PSDB) apresentou, na Câmara dos Deputados, Projeto de Lei que propõe prisão integral de pena privativa de liberdade a criminosos que cometem homicídios contra policiais federais, civis e militares, guarda municipais e seguranças de presídio. Na prática o condenado não poderá ser beneficiado com progressão de pena ou saídas em datas comemorativas.
O projeto 5393/2020 foi batizado pelo tucano de Vidas de Policiais Importam. Em áudio obtido pela nossa reportagem, o parlamentar se revolta ao lembrar do assassinato de um PM na última sexta-feira, 4, no Rio de Janeiro, quando foi impedir um assalto a um supermercado e um criminoso disparou um tiro à queima-roupa na cabeça.
“Prepara esse projeto e vamos dar entrada nele na segunda-feira. Vai gerar muita discussão em Brasília, mas precisa botar ordem nesse puteiro. Você viu o que aconteceu lá com o policial no Rio de Janeiro. Todo dia tem um policial, um guarda municipal assassinado porque descobre que eles são policiais. A polícia tem que ser respeitada nesse país. O cara tem que ter medo da polícia, não tirar onda. Isso é por causa dessa frouxidão dessa Justiça que a gente tem que abre brecha para tudo. O cara mata um policial e sai rindo. Vamos dar entrada nisso amanhã e vamos para discussão com isso”, disse no áudio.
Frota também questiona o porque a sociedade não se mobilizou com o crime. “Você vê o policial branco que foi morto lá no supermercado pelo bandido negro e aí? Cadê as manifestações? Ninguém vai pintar o asfalto da rua? Vidas brancas não interessam? Interessa vida branca, preta, parda, mestiças, não são só as pretas que interessam. Cadê os artistas se reunindo na porta do governo para falar que é um absurdo? Imagina se um homem branco tivesse matado um negro, o que já é inadmissível, mas cadê as comoções? Foi um policial pai de um garoto de 5 anos de idade que tomou um tiro com a farda e eu não vi nenhuma ONG, associação, artista e nem político pintando a rua e escrevendo que vida do policial interessa”.
