O suposto espião russo Sergey Vladimirovich Cherkasov, preso pela Polícia Federal (PF) em abril de 2022 no aeroporto de Guarulhos (SP) usando a identidade falsa de Victor Müller Ferreira, teria movimentado, pelo menos, US$ 93 mil, cerca de R$ 471 mil em criptomoedas para bancar uma pós-graduação nos Estados Unidos e quitar um imóvel em Cotia. As informações são do jornal O Globo.
Segundo o jornal, quando questionado por agentes do FBI no exterior, ele alegava que seu patrimônio era fruto de negociações de Bitcoin.
Ele chegou a comprar um automóvel e um apartamento em Cotia, depois de conseguir subornar um funcionário de um cartório com um colar de joias, avaliado em R$ 2,2 mil, de acordo com a reportagem.
Foi também em Cotia que a polícia apreendeu um pen drive que estava com Sergey.
O dispositivo foi periciado e os agentes encontraram um arquivo de texto com instruções para uma atividade conhecida pela expressão em inglês “dead drop”.
Sergey deixou um tablet enrolado em um saco em uma construção abandonada e outro pen drive que estava escondido no tronco de uma árvore dentro de uma trilha, no Morro Grande.
Segundo as investigações, esses dois “dead drops” encontrados em Cotia mostram que Sergey não só morou no Brasil, como atuou como espião por aqui.
Ainda de acordo com as investigações da PF, Sergey também contava com uma rede de apoio no país que envolvia depósitos bancários no exterior e joias.
No início deste ano, descreve o ‘O Globo’, o russo foi transferido para um presídio de segurança máxima em Brasília, resultado de uma condenação de 15 anos de prisão por uso de documentos falsos.
A embaixada russa pediu então sua extradição, alegando que ele não era um espião, mas sim um traficante de heroína.
A solicitação foi dirigida ao então ministro da Justiça, Anderson Torres, que encaminhou o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). O futuro do russo agora está nas mãos do ministro Edson Fachin. (com O Globo e Cotia e Cia)