A oposta/ponteira Tifanny Abreu, primeira transexual a disputar a Superliga Feminina e atleta do Vôlei Osasco São Cristóvão Saúde, esteve na Câmara Municipal nesta terça-feira (2) para receber a Moção de Solidariedade pelos ataques transfóbicos que sofreu após o primeiro jogo da semifinal da Superliga contra Minas Tênis Clube, no dia 21 de abril, que aconteceu no ginásio José Liberatti. A partida terminou em 3 sets a 1 para a equipe mineira.
Na tribuna da Câmara, a vereadora Juliana da AtivOz (Psol), autora da Moção, relatou que a jogadora foi vítima do crime de transfobia. A atleta recebeu mais de 80 comentários preconceituosos nas redes sociais. “No dia 21, quando Osasco perdeu para o Minas, as redes sociais começaram a massacrar a jogadora com piadas e ataques pessoais. Foram mais de 80 comentários transfóbicos e isso é crime. A transfobia é crime. E sei que foram mais de 80 porque está sendo feito o acompanhamento, a Mônica Araújo (conselheira estadual LGBTQIA+) está fazendo o levantamento e ela relatou pra gente. E temos essa informação de que foram 80 porque só cabem 80 no inquérito, mas foram mais que isso”, falou Juliana.
O presidente da Casa, Carmônio Bastos (Podemos), chamou de “babacas” os autores dos comentários transfóbicos. “Não vou aqui dar palanque para essas pessoas que cometeram crimes, mas acho que elas deveriam se preocupar mais em ir lá no nosso ginásio e conhecer de fato quem é o ser humano Tifanny. Talvez essas pessoas que estão do outro lado do computador não sabe quem de fato é a Tifanny”, falou.
Carmônio ressaltou que a jogadora é um ser humano humilde e que dá atenção a todos, independente do cargo que a pessoa ocupa. “Para esses que estão com dor de cotovelo porque não tem a Tifanny no seu time, eu convido a conhecer a Tifanny num dia de treinamento do nosso vôlei. Para esses babacas eu só tenho pena de não ter a possibilidade de vocês não conhecerem o ser humano Tifanny. Eu tive a felicidade de virar amigo da Tifanny e aprender muito com ela”, completou.
O vereador Emerson Osasco (Rede Sustentabilidade) disse ser inadmissível esse ato preconceituoso que vem acontecendo. Batista Comunidade (Avante) também se solidarizou com a jogadora e sugeriu que a Câmara apresente uma Moção de Repúdio aos autores dos comentários transfóbicos.
A Moção de Solidariedade foi aprovada pelos vereadores. Tifanny agradeceu pelo apoio recebido e disse que o que a mantém no esporte são mais os comentários de apoio e de carinho que recebe.
“Questiono o que fiz para receber alguns comentários, eles doem, mas o apoio, o carinho e o respeito que recebo me fazem permanecer e dar voz para muitos jovens que sonham em se destacar no esporte”, afirmou a atleta.
