Em entrevista exclusiva ao Diário da Região, o delegado Marcelo Santos, deu detalhes do inquérito policial sobre a destruição de sete imagens de santos na Igreja dos Remédios, na divisa de Osasco com São Paulo, ocorrida no dia 13 de maio.
Segundo ele, quatro irmãos são os principais suspeitos da depredação. A mais nova deles, de 12 anos, foi quem comandou o vandalismo. Os outros três, dois deles maiores de idade, apenas seguiram o que ele ordenava.
A escolha da igreja foi aleatória. Eles estavam em um ônibus e quando passaram em frente a igreja, decidiram descer. Na escadaria, depois de alguns minutos de conversa, a caçula disse que “Jesus estava mandando destruir as imagens”.
A partir daí, eles entraram na igreja e começaram a traçar estratégias para derrubar os santos que tem quase dois metros de altura. Os dois irmãos mais velhos subiram, possivelmente em uma cadeira, e empurraram as imagens. Na sequência, saíram correndo pela porta lateral.
O padre, que mora ao lado, ouviu o barulho e ainda conseguiu ver que eram quatro jovens, dois homens e duas mulheres. O padre seguiu os vândalos e conseguiu alcançar um deles que, ao ver o pároco disse que tinha feito aquilo “em nome de Jesus”.
O grupo conseguiu embarcar em um ônibus e fugiu. O padre avisou ao motorista que eles tinham vandalizado a igreja, mas o motorista disse que tinha horário a cumprir. Dentre as imagens danificadas está a de Santo Ubaldo, trazida da Itália há 60 anos. A restauração será feita pelo Museu de Arte Sacra e deve demorar um ano. Nem todas as imagens poderão ser restauradas, algumas quebraram demais.
Após o término do inquérito policial, o delegado deverá encaminhar o caso para a Vara da Infância e Juventude de Osasco para que sejam aplicadas as punições aos quatro irmãos. Os maiores podem até ser presos, já os menores de idade devem ser encaminhados à Fundação Casa.